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segunda-feira, 26 de maio de 2025

Ansiedade e depressão afetam a saúde mental dos pastores


Um tema tem sido recorrente no meio evangélico: a saúde mental de líderes evangélicos. Em 2024, uma pesquisa chocante da Visão Mundial revelou que mais da metade dos líderes religiosos enfrentam a depressão.

A pesquisa "O estado dos Pastores" (The State of Pastors, em inglês) traz esse dado alarmante e acende um alerta para a saúde mental de pastores e outros líderes que, muitas vezes, são vistos como pilares de força e fé em suas comunidades.

A saúde mental dos líderes e pastores evangélicos não vai bem e algo precisa ser feito

O artigo destaca que, apesar de serem fontes de apoio e orientação espiritual para muitos, esses líderes estão sob uma pressão imensa. Eles lidam com as expectativas da congregação, as demandas ministeriais, os conflitos internos da igreja, além de seus próprios desafios pessoais e familiares.

Essa sobrecarga, aliada à, muitas vezes, falta de um suporte adequado e de um espaço seguro para expressar suas próprias vulnerabilidades, contribui significativamente para o surgimento de problemas de saúde mental, como ansiedade e a depressão, a ponto de terem que se afastar de suas funções.

Casos recentes chamam a atenção

Em abril deste ano, o Pastor e cantor Stênio Marcius deixou a seguinte mensagem "Cremos nos caminhos que Deus está traçando e na bendita providência", e se afastou do ministério para tratar depressão. Ele é pastor presbiteriano em São Paulo, capital, no presbitério de Guarulhos.

Pastor Stênio Marcus durante ministração


A mensagem deixada também expressa gratidão pelas manifestações de apoio recebidas nos últimos dias, destacando doações e gestos de carinho tanto de igrejas quanto de fiéis no Brasil e no exterior.

"Somos muito gratos pelas inúmeras ofertas e demonstrações de carinho das igrejas e dos irmãos no Brasil e no mundo. Cada oração e contribuição têm sido fundamentais nesse período difícil. Muito obrigado pelo amor e suporte constante".

No final, há um pedido por orações, não só pela saúde emocional de Stênio, mas também por sua família. A publicação gerou grande repercussão entre os membros da comunidade cristã, recebendo mensagens de apoio e solidariedade de artistas, líderes e admiradores do ministério de Stênio.

Outro caso

Situação parecida foi a do pastor Júnior Braga, que preside a igreja evangélica "É Tempo de Vencer", em Sena Madureira, município do estado do Acre, e que está afastado de suas atividades desde o início deste ano. Neste período, ele se encontra em Minas Gerais, seu estado natal, recebendo tratamento especializado.

Em determinado momento, ele declarou:

"Cheguei a um ponto de desgaste que me levou à ansiedade e, posteriormente, à depressão. Para quem não entende, pode parecer besteira, mas quem já experimentou ansiedade e depressão compreende a dureza disso".

Com sua família em Minas Gerais, ele tem recebido apoio psicológico na esperança de se recuperar e retornar às suas atividades: "Peço orações aos irmãos por mim e por minha esposa. Estou lutando para conseguir voltar".

Experiência que serve de ajuda

O pastor Júnior Martins inspirado nas observações e na vivência pessoal elaborou a obra "A Batalha Silenciosa dos Pastores – Depressão e Suicídio dos Líderes da Igreja Contemporânea Brasileira".


"Vários pastores enfrentam profundos desafios em sua saúde emocional e mental, mas se encontram sem opções seja pelo receio do estigma, seja pela falta de apoio dentro da própria congregação", declarou Martins, que também é professor e diretor de seminário.

Ter superado um burnout e viver em uma comunidade com altos índices de suicídio serviram de motivação para escrever o livro:

"Com o passar do tempo, percebi que outros colegas de ministério também enfrentavam essas mesmas questões em silêncio. Foi nesse momento que compreendi: era fundamental quebrar o silêncio e criar um ambiente propício ao cuidado".

Em vez de discutir a saúde mental de forma genérica, o pastor Júnior Martins concentrou-se nas particularidades do ministério pastoral, apresentando experiências reais e métodos práticos que podem ser aplicados no cotidiano.

"Este livro se distingue de outras obras que abordam depressão e ansiedade ao focar na experiência singular e muitas vezes invisível dos pastores".

Além disso, segundo o autor, o livro oferece uma análise aprofundada dos tabus e obstáculos culturais que existem nas igrejas em relação a essa temática.

Em resumo, tanto a pesquisa de 2024, quanto os recentes casos deste ano, jogam luz sobre uma realidade preocupante: a de que aqueles que cuidam da fé de outros também precisam de cuidado. É um convite à reflexão sobre como as comunidades religiosas podem oferecer mais apoio e recursos para a saúde mental de seus líderes.

O que a Bíblia diz sobre isso

A Palavra de Deus apresenta muitos trechos que abordam o tema ansiedade e como podemos lidar com ela e ter uma boa saúde mental.

Em 1 Pedro 5:7, o apóstolo que negou o Mestre momentos antes do Cristo ser crucificado, declarou:
"Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês".

Desde aquele período e em meio às tribulações decorrentes da perseguições sofridas pelos cristãos, o apóstolo Paulo, instruiu a Igreja que estava em Filipos, em sua carta aos Filipenses a não deixar sermos conduzidos pela ansiedade, mas a apresentar a Deus nossas petições em orações e súplicas:
"Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplica, apresentem seus pedidos a Deus". Filipenses 4:6-7

Certamente, a Bíblia nos aponta o caminho para uma boa saúde mental: aquietar nossa alma e depender sempre de Deus, como diz a canção "Aquieta minh'alma", interpretada por Thamires Garcia.

Assista ao vídeo: 




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